domingo, 21 de junho de 2009

It's all coming back to me now

Deixo aqui duas versões distintas desta música espectacular:





É nestes belos acordes e nas intensas palavras que me perco a meditar na melancolia deste título incontornável da música. E a cada dia a vontade de ouvir, de interiorizar, pode ser inegavelmente impossível de satisfazer, tal como outras coisas, apenas através da simples recordação... mesmo de algo que nunca existiu... por isso nada melhor que a deixar tocar na verdadeira essência de cada um! É só carregar no play para desfrutar e sentir o eco da magia :-)... E sonhar!!!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Alentejo

Recordar é sentir viva em mim a surpresa que revelaste quando te conheci.... quando, subtilmente, me mostraste a tua infinita beleza e me fizeste parte dela.... observei... saboreando tudo o que podes oferecer e fizeste com que o meu deslumbramento fosse maior e maior a cada segundo. A doce beleza que escondes de todos os que negam a tua magnitude... e saber que essa é a razão do teu mistério.... Dá um pouco de ti e deixa-me embalar eternamente nas tuas águas límpidas.... para finalmente, desfalecer nas dunas que servem de leito às ondas calmas.... borbulhantes.... por alcançar a praia. E deixa que o teu aroma se misture.... e impregne para sempre no meu ser (...)

Ruídos no meu silêncio

Em cada dia existe em mim esta profunda tendência para exagerar--- e tudo se revela bastante mais árduo... o Sol não nasceu hoje--- porquê??? Este esboço criado na minha capciosa realidade insurge-se, desesperadamente, como uma nuvem de mistério intrínseco--- desejo! E quero nunca mais desejar... estranha forma de sobrevivência... um orgulho individualista que me faz acreditar que a minha agonia se propaga em meu redor... como se eu fosse, de facto, importante--- e nada sentir... e nada ser... ou ser, talvez, apenas mágoa...

Frugalidades

Sonho, como se estivesse adormecida há séculos, com um castelo de cartas, que desaba ao toque da brisa mais ínfima....sonho com os olhos sempre escancarados, talvez por me ter esquecido de os trancar, devido à avidez com que o desejava...... os sonhos...... esses belos castelos de cartas ruem tão facilmente como são erguidos: caindo com a ilusão desfeita de algo que nunca existiu.... e a sombra cobre-os com a sua estranha benevolência sem nem saber se vale a pena deixar de sonhar um tão arrebatador momento.... é um desejo de acordar e um querer continuar adormecida no enlevo dos doces aromas sensoriais... E é sofrer ao não desejar sentir o que acabo a conjecturar, por eventualmente nem sequer ter adormecido.....

Desencontros

Numa estranha simbiose, a noite e o dia encontram-se, deixando o sol e a lua amarem-se quase eternamente…. Como se este breve momento pudesse transpor-se para uma escala diferente e tudo se desvanecesse para dar lugar ao enlevo entre os dois amantes…. Mas o momento de magia termina repidamente, quando a noite dá lugar ao dia, e as lágrimas da lua caem sobre a Terra em forma de chuva. O sol, tentando acalmar a dor da sua amada, brilha intensamente, transformando a água que transcorre do martírio do ser amado, numa maravilhosa e resplandecente obra da natureza: aquilo a que nós chamamos arco-íris.

Fragmentos

Escondo-me sob uma máscara que me assusta terrivelmente--- mas nada faço para a retirar: fraqueza que me domina sem que a consiga derrotar.... estranhas e crueis sensasões permanentes de uma miserável existência....
*
Que confusão de angústias me arrasta, hoje, para uma imensidão de absurdas incógnitas? Oh tristeza!! Porque revelas a minha dor?
*
Acordei do mais terrível pesadelo para me aperceber que, na realidade, ainda me encontro a dormir....
*
E, de repente, percebo que não sou mais que uma perfeita estranha no meu próprio mundo
*
O pior inverno é o egoísmo colectivo daquilo a que, estupidamente, chamamos Humanidade...
*
Porque é que me envolve esta imensa vontade de chorar?!?.....
*
Sou um pedaço de coisa nenhuma….

terça-feira, 9 de junho de 2009

Algures

Algures na escuridão do meu isolamento, distingo as páginas do céu a refulgirem intensamente, como um vulto imaginável que suspira numa procura eterna por um sentimento ambíguo e difícil de decifrar.

Algures na escuridão do meu isolamento a minha sombra torna-se uma luz condutora para uma paisagem enganadoramente acolhedora, como se o desespero fosse um objectivo impossível de suprimir.

Algures na escuridão do meu isolamento o vento sopra, incansavelmente destrutivo, fazendo bater as portas da minha alma, soluçando uivos estridentes na noite instalada no meu pensamento obscurecido pelas vendas que me cobrem o olhar triste.

Algures na solidão do meu isolamento um sorriso brilha eterno nos meus lábios, sereno como a noite estrelada que me guia, suportando a inércia resultante da esperança aniquilada pelo meu desconhecido, desvanecendo a minha dor e libertando-me da mágoa, encontrando-me em ti…

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Fragilidades


Doces irreflexões que transcendem o meu olhar,
qual dia de intempérie banal que se esconde
no meu negro semblante, a reflectir
as mágoas do meu desejo de sorrir;
como se a dor permanecesse imutavelmente
triste….
talvez querendo disfarçar a solidão
frenética e doce
da minha própria ilusão…

A essência do nada que sinto
dentro de mim,
a desvanecer o sentido de tudo,
é como a sombra de uma lágrima
que silenciosamente escorre na pele,
refulgindo a minha alma,
impaciente,
na noite...
até que o Sol suspira
com voz quente
a inevitabilidade
da minha vida.

E é também o abraço de uma estrela
que, deixando o céu, vem brilhar
algures no meu pleno desconhecido,
fazendo reflectir de todas as cores
o espírito entorpecido
de algo que ainda nem nasceu

Sozinha no templo do meu mundo
sinto um aconchego de ninguém
e adormeço abraçada a mim
depois do prazer inenarrável,
e teimo em sonhar, vagamente,
com esse momento inédito
e transcendental
em que dois corações se unem
inevitavelmente…
interiorizando-o como o instante frémito
que antecipa o abraço gélido
e incoerente
da minha própria Morte!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O meu mundo de inseguranças

Observo cada passo que dou como um tormento em torno daquilo que não vejo. O chão que fica para trás de mim sofre de angústia por já ter passado e o que falta passar soluça pelo destino incerto. Não sei se decifro a vida ou se me revejo nela; tudo se resume a breves incógnitas que surgem desamparadas no meu silêncio. O céu manchado por um desígnio que não me atinge e me faz sentir a indiferença inconsequente da minha estranha apatia. As palavras fogem-me inevitavelmente, destacando-se por elas, mesmo nem fazendo sentido no criterioso pincel que vai manchado a folha de papel, ensombrada por angústias desapegadas de mim. Sentidos de nada que me observam de fora, vagamente destituídos de complacência, desconhecedores da sombra que me tolda e teima em não se afastar definitivamente. Como injúrias que ganham vida num subconsciente dilacerado pelos tormentos implantados, e que se perdem no seu verdadeiro sentido, sem que esse se consiga definir. Os reflexos sem importância, criam subconscientemente uma imagem enganadora, que vai sofrendo mutações nocivas até se desligar integralmente da sua essência, subjugando-a intencionalmente. E o tempo entranha-se em mim como uma adaga que fere, sem discernir os desígnios da minha luta. Até que as águas se calam e os sorrisos, nelas espelhados, se prendem para sempre num destino indecifrável.

A vida é uma busca constante

Eu não sou muito de ouvir música, mas gosto de apreciá-las pelas suas letras e esta, sem dúvida, fascina-me :-) pelo seu conteúdo.
A vida é uma busca constante, recheada de interrogações e as poucas certezas perdem-se pelo caminho. E eu, indubitavelmente, perco-me com elas.
O importante é, talvez, descobrir novas realidades durante a viagem, mesmo que o caminho traçado não tenha sido o ideal. Cada percurso torna-me mais forte e determinada, ainda que as dúvidas também aumentem. Eu encaro as dúvidas como uma tentativa de alcançar o conhecimento e, neste sentido, a curiosidade não pode ser considerada um malefício.
A curiosidade é o que me faz mover. E a procura é o que me faz enaltecer o caminho.
Por vezes a importância da própria conquista é mínima, quando comparada ao prazer efectivado durante a busca. O segredo é apreciar a viagem...
Deixo aqui o video porque pode apetecer ouvir

terça-feira, 2 de junho de 2009

Passeios no Parque



Encanto-me sempre na estação de metro do Parque. Há tantos anos que os meus dias começam e terminam diante daquelas paredes: mas há sempre algo contagiante para dali retirar. Desde Camões a Nietzsche, passando por Fernando Pessoa, filósofos e poetas com os seus ideais, todos eles desfilam ao sabor do mar azul que envolve quem por ali passa a correr e maravilha os que se detêm pelo caminho para alimentar um prazer inquieto pela leitura. Cada dia é uma luz diferente, um pormenor diferente que fixo de entre tantos. Até mesmo aquela morbidez cinzenta das colunas trabalhadas e dos caixotes do lixo cónicos. É a minha estação, já a elegi como tal… As frases desfilam sob os olhos atentos e mesmo os mais absortos devem reter alguma ideia da composição que enfeita o ambiente. Uma profusão de sentimentos e emoções assola-me e deixo interiorizar os pensamentos, as máximas, os segredos, os percursos das vidas de todos os que ali repousam, marcados com as letras da imortalidade….