sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Braile

Leio o amor no livro da tua pele; demoro-me em cada sílaba, no sulco macio das vogais, num breve obstáculo de consoantes, em que os meus dedos penetram, até chegarem ao fundo dos sentidos. Desfolho as páginas que o teu desejo me abre, ouvindo o murmúrio e um roçar de palavras que se juntam, como corpos, no abraço de cada frase. E chego ao fim para voltar ao princípio, decorando o que já sei, e é sempre novo quando o leio na tua pele.
(Nuno Júdice)

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