terça-feira, 9 de junho de 2009

Algures

Algures na escuridão do meu isolamento, distingo as páginas do céu a refulgirem intensamente, como um vulto imaginável que suspira numa procura eterna por um sentimento ambíguo e difícil de decifrar.

Algures na escuridão do meu isolamento a minha sombra torna-se uma luz condutora para uma paisagem enganadoramente acolhedora, como se o desespero fosse um objectivo impossível de suprimir.

Algures na escuridão do meu isolamento o vento sopra, incansavelmente destrutivo, fazendo bater as portas da minha alma, soluçando uivos estridentes na noite instalada no meu pensamento obscurecido pelas vendas que me cobrem o olhar triste.

Algures na solidão do meu isolamento um sorriso brilha eterno nos meus lábios, sereno como a noite estrelada que me guia, suportando a inércia resultante da esperança aniquilada pelo meu desconhecido, desvanecendo a minha dor e libertando-me da mágoa, encontrando-me em ti…

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