terça-feira, 2 de junho de 2009

Passeios no Parque



Encanto-me sempre na estação de metro do Parque. Há tantos anos que os meus dias começam e terminam diante daquelas paredes: mas há sempre algo contagiante para dali retirar. Desde Camões a Nietzsche, passando por Fernando Pessoa, filósofos e poetas com os seus ideais, todos eles desfilam ao sabor do mar azul que envolve quem por ali passa a correr e maravilha os que se detêm pelo caminho para alimentar um prazer inquieto pela leitura. Cada dia é uma luz diferente, um pormenor diferente que fixo de entre tantos. Até mesmo aquela morbidez cinzenta das colunas trabalhadas e dos caixotes do lixo cónicos. É a minha estação, já a elegi como tal… As frases desfilam sob os olhos atentos e mesmo os mais absortos devem reter alguma ideia da composição que enfeita o ambiente. Uma profusão de sentimentos e emoções assola-me e deixo interiorizar os pensamentos, as máximas, os segredos, os percursos das vidas de todos os que ali repousam, marcados com as letras da imortalidade….

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