terça-feira, 25 de agosto de 2009

Adeus...


A poesia que me cativou por longos instantes que julguei poder chamar únicos e eternos, deixou de rimar com a minha vida. Provavelmente escrevi a história a lápis e, mesmo sem me aperceber, apaguei-a definitivamente de mim. Limpei todas as lágrimas que chorei quando entendi que o verdadeiro significado desse eterno, não é assim tão linear a não ser que se considere apenas imortalizar as coisas frugais na memória. E fechei as portas, num adeus a esta chama que se extinguiu irremediavelmente, encerrando este capítulo da minha vida. O que parecia querer durar uma eternidade, desvaneceu-se com a mesma intensidade como começou. Estranha, esta forma de amar. Estranho este sentimento que reflecte uma quase nostalgia do que poderia ter sido e não alcançou. Estranha a forma como as coisas eternas podem ser tão ponderadas enquanto se apagam no tempo, que um sonho se encarregou de imortalizar e a realidade fez adormecer definitivamente. E sinto um sopro de eternidade a desvanecer-se em mim quando sussurro suavemente a palavra que trago entre os lábios, ansiosa por escapar: ADEUS!

Porque um dia amei com tanta força…
Que perdi essa capacidade

domingo, 23 de agosto de 2009

A magia do silêncio




Nos momentos
em que me calo,
o silêncio
fala-me ao ouvido


Gosto de sentir esta magia...
O doce sabor do silêncio a invadir-me e encontrar eco num sonho com asas...
O tempo a embalar, calmamente, os desejos partilhados numa doce melodia, seduzindo os meus sentidos e tornando-me prisioneira do meu próprio pensamento, como que observando um momento que pretendo eternizar.
Uma história a transcorrer-me nos dedos, perdendo-se nas sombras onde antevejo o meu destino, onde desperto para uma nova sensação de querer contemplar tudo mais profundamente e sentir a realidade de uma forma mais coerente e determinada.
Gosto de absorver o silêncio... e escutar atentamente os murmúrios mudos a interrompê-lo(...)Porque o silêncio pode traduzir-se na mais bela das melodias… simplesmente porque permite ouvir o que está para além das meras palavras.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Amor é‏...



...Oferecer a vida em forma de flor :-)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Parabéns, Nélson!




Herói é aquele que encontra,
mesmo na adversidade,
um motivo para sorrir.


Parabéns, Nélson!
Deixo aqui o meu tributo a este grande campeão que ontem me encheu de orgulho, ao conquistar a medalha de prata no Campeonato do Mundo de Atletismo, em Berlim. É que além da grande marca que conseguiu, demonstrou um desportivismo inabalável, na hora de dar os parabéns ao adversário que o superou. Um verdadeiro herói. Parabéns e obrigada, Nélson Évora!

domingo, 16 de agosto de 2009

Hoje estive aqui...


Hoje estive aqui...
Olhei para o meu blog e pensei se estaria a correr bem.
Se os dias que me prendem aqui valeriam a pena...
E acho que sim...
Acho que um dia vou olhar para a primeira mensagem publicada e vou sentir uma imensa felicidade por ter começado e continuado.

É interessante pensar que estes pedaços vão acompanhando, de certa forma, um pouquinho da minha vida, enchendo de nada os meus dias. E estes nadas, dão-me tanto!!!

Um pedaço de coisa nenhuma (gosto do título) parece dizer tanto e, ao mesmo tempo, tão pouco. É engraçado... acho até que revela uma certa dualidade e confusão, mas é apenas um título. É o meu título, pensado de uma forma abstracta, subtil e para me lembrar que mesmo estes pequenos nadas, valem um vida.

E por isso é que eu estive aqui, hoje!...

Vai, pensamento...


Letra do Va, pensiero...
Ópera "Nabuco" (1842)
Parte Terceira (Cena IV)
Na margem do Eufrates
(Hebreus agrilhoados
constrangidos ao trabalho)


Hebreus:
"Va', pensiero, sull'ale dorate;
va', ti posa sui clivi, sui colli,
ove olezzano tepide e molli
l'aure dolci del suolo natal!
Del Giordano le rive saluta,
di Sïonne le torri atterrate...
Oh mia patria sì bella e perduta!
Oh membranza sì cara e fatal!
Arpa d'or dei fatidici vati,
perché muta dal salice pendi?
Le memorie nel petto raccendi,
ci favella del tempo che fu!
O simìle di Sòlima ai fati
traggi un suono di crudo lamento,
o t'ispiri il Signore un concento
che ne infonda al patire virtù!"

A ópera Nabuco, que conta a historia do rei Nabucodonossor, foi escrita durante a época da ocupação austríaca no norte da Itália e, por meio de várias analogias, suscitou o sentimento nacionalista italiano. O Coro dos Escravos Hebreus, no terceiro acto da ópera (Va, pensiero, sull'ali dorate, "Vai, pensamento, sobre asas douradas") tornou-se uma música-símbolo do nacionalismo italiano da época. Eu ouvi esta pequena maravilha quando tinha os meus doze anos e logo fiquei completamente apaixonada. Simboliza o espírito livre que, mesmo em cativeiro, pode voar e manifestar a mais bela forma de emancipação.

Ah e se quiserem podem ouvir aqui ao lado...

sábado, 15 de agosto de 2009

Isto


Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
(Fernando Pessoa)

Divagando
Porque a poesia pessoana terá sempre um lugar especial na minha vida... não podia deixar de lhe prestar uma pequena homenagem. Cresci a lê-lo e, por vezes sinto a necessidade de o folhear e perder-me no meio das palavras sempre intensas com que nos brinda todos os momentos...
Basta :-) deixarmo-nos envolver.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sê o melhor


Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.
(Pablo Neruda)

Divagando
Eu quero apenas ser eu…
Quero o silêncio de um momento eternizado
numa folha de papel
Quero o sorriso contagiante de uma criança
a mitigar a minha tristeza,
quando ela surgir

Quero um raio de luz a iluminar-me
sempre que as sombras vierem
toldar o meu caminho
E quero sonhar se a realidade
for demasiado cruel
para não ser mais que um
terrível pesadelo
Quero…

Oh, eu só quero viver!

O milagre do nascer do Sol


Se os teus esforços forem vistos com indiferença não desanimes; também o Sol, ao nascer, dá um espectáculo insdescritível e, mesmo assim, a maior plateia continua a dormir.
(autor desconhecido)

***
Mais palavras para quê?...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Metade


Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio.

Que a música que eu ouço ao longe seja linda,
ainda que tristeza.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada,
mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida
e a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas
como prece nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço,
mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso
e a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste,
que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflicta em meu rosto o doce sorriso
que eu me lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo,
mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a plateia
e a outra metade, a canção.

E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor
e a outra metade... também.
(Oswaldo Montenegro)

Divagando
Na sombra de um olhar triste
Cruzo-me com uma solidão inatingível
E sinto um sopro de existência invadir-me!
A vida é para ser sonhada com intensidade
E eu queria tanto ser sonho…

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Hino à caridade


Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens,
Se não tiver caridade, sou como o bronze que ressoa
Ou como o címbalo que tine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia
E conheça todos os mistérios e toda a ciência,
Ainda que possua a fé em plenitude,
A ponto de transportar montanhas,
Se não tiver caridade, nada sou.
Ainda que distribua todos os meus bens em esmolas
E entregue o meu corpo a fim de ser queimado,
Se não tiver caridade, de nada me aproveita.
A caridade é paciente,
A caridade é benigna, não é invejosa;
A caridade não se ufana, não se ensoberbece,
Não é inconveniente, não procura o seu interesse,
Não se irrita, não suspeita mal,
Não se alegra com a justiça, mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
A caridade nunca acabará.
As profecias desaparecerão,
As línguas cessarão e a ciência findará,
Porque a nossa ciência é imperfeita.
Mas quando vier o que é perfeito,
O que é imperfeito será abolido.
No tempo em que eu era criança,
Falava como criança, raciocinava como criança;
Mas, quando me tornei homem,
Eliminei as coisas de criança.
Hoje vemos, como por um espelho,
De maneira confusa,
Mas então veremos face a face.
Hoje conheço de maneira imperfeita:
Então, conhecerei exactamente,
Como também sou conhecido.
Agora subsistem estas três:
a fé, a esperança e a caridade;
Mas a maior delas é a caridade.
(Primeira Carta de S. Paulo aos Coríntios)

Divagando
S. Paulo faz-nos reflectir sobre o verdadeiro
sentido da caridade.
A caridade que não consiste em darmos o
nosso dinheiro em forma de esmolas
mas em darmos o nosso coração.
Amar é oferecermo-nos a nós próprios
em proveito dos outros.

Gotas de dignidade



Por vezes sentimos que
aquilo que fazemos
não é senão uma gota
de água no mar.
Mas o mar seria menor se
lhe faltasse uma gota.
(Madre Teresa de Calcutá)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sorrisos em flor


Deixa-me sorrir!

Provei, adorei e quero repetir...
(e não foi vinho)
Isto é para ti :-) Beijinho

Repetes comigo?!?
Adoro rir-me na tua companhia.

Sorrisos em flor
são momentos eternos que
colhi no jardim da minha vida.
Olhei e senti...
Olhei e sorri...
E guardei-os para sempre
nesta jarra,
uma jarra a transbordar
... água e saudade

Felicidade!

E sonhos...

Deixa-me sorrir contigo :-)
Porque os sorrisos
são, também, as flores que eu não colhi
(ofereceram-mos em ramo com fita de cetim)

Flores e sorrisos
Não os deixes murchar!!!!

(Pelos momentos
(Pelas horas
(Pelos dias
(Pela eternidade
(Pelos sorrisos
(Pelas flores
(Pelas saudades
(Pelos sonhos
(Pela poesia
(Pelos pedacinhos
(Por ti...
(Para ti, Rui)
( ... )
Beijinhos

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Não é isto, a amizade?


Conta uma lenda árabe que dois amigos
viajavam pelo deserto e, num determinado
ponto da viagem, discutiram.
O amigo ofendido, sem nada dizer,
escreveu na areia:

HOJE, O MEU MELHOR AMIGO BATEU-ME NO ROSTO.

Seguiram e chegaram a um oásis
onde resolveram tomar banho.
O que havia sido esbofeteado começou a
afogar-se sendo salvo pelo amigo.
Ao recuperar-se agarrou num estilete
e escreveu numa pedra:

HOJE, O MEU MELHOR AMIGO SALVOU A MINHA VIDA.

Intrigado, o amigo perguntou:

Porque é que depois de eu te bater,
escreveste uma mensagem na areia
e agora que te salvei,
escrevestes na pedra?

Sorrindo, o outro amigo respondeu:

Quando um grande amigo nos ofende,
devemos escrevê-lo na areia onde o vento
do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar.
Porém quando nos faz algo grandioso,
devemos gravá-lo na pedra da memória e do coração;
onde vento nenhum do mundo poderá apagar.
(autor desconhecido)

***

Cada novo amigo que ganhamos no decorrer
da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos,
não tanto pelo que nos dá,
mas pelo que nos revela de nós mesmos.
(Miguel Unamuno)

Divagando
Amigo verdadeiro é aquele que...
Nem sempre sorri, às vezes chora connosco;
Nem sempre diz coisas que gostamos
mas mostra-nos a verdade;
Nem sempre nos olha nos olhos
mas olha para o nosso coração;
Nem sempre vê os nossos defeitos
mas ajuda-nos a superar as derrotas;
Nem sempre surge para festejar
mas ajuda na preparação;
Nem sempre está presente fisicamente
mas aparece quando é necessário;
Nem sempre impede as nossas quedas
mas ajuda-nos a levantar;
Nem sempre o vemos
mas ele está lá
(e nós sabemos).

Um amigo
é a melhor prenda que eu posso receber
é a flor mais bela do meu jardim
é a estrela mais brilhante do céu imenso
é aquele que revela o melhor que há em mim

Um amigo
realiza pequenos milagres
sem varinha de condão(...)

Um amigo...
Um amigo és tu!
(este é da minha autoria)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Alegria

A alegria está na luta,
na tentativa,
no sofrimento envolvido.
Não na vitória propriamente dita.
(Mahatma Gandhi)

Borboletas no estômago


Porque é que me lembrei disto agora?!?
--- Andei com uma t-shirt da Desigual :-)

Borboleta--- sou eu!
Mesmo que não voe...
Ainda que as cores que me vestem
não sejam tão belas...
Embora não caia sobre mim aquele
olhar de admiração...

Sou uma borboleta!

Só porque me sinto assim:
Livre para VOAR!

(Com asas de papel)