segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Flores para ti!



Sim, hoje é dia 28!!! Um dia como tantos outros mas gosto de senti-lo um pouco meu... Hoje, neste dia igual a tantos outros, lembro outro dia 28 que já se passou mas que me marcará para sempre...
Hoje é dia 28 e isso nem é importante, a não ser pelo facto de eu me lembrar dele e isso me fazer sorrir. E não fui só eu que me lembrei :-)

Feliz 2010



Mais um Natal que passou, com o bacalhau e as batatas, a aletria e o leite creme... e já passou! Agora venha 2010, venham as colheres de pau e os tachos para fazer barulho, venham as passas (não falo em espumante porque não gosto!!) mas principalmente que o venha o Novo Ano... e que traga tudo que o Menino Jesus não foi capaz de nos dar neste Natal (eu nem me posso queixar, porque o meu presente não foi esquecido e até chegou com antecedência :-)... que traga, principalmente, sorrisos para todos! E quando as coisas parecerem muito feias é preciso ter em mente que Deus fecha algumas portas mas abre sempre mais janelas! É preciso acreditar e fazermos a nossa parte (não é? ;-)Bom Ano 2010! :-) Beijinhos

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Uma força (in)visível!

Como num sonho, parece que um sorriso se desenhou na minha cara… um sorriso que reflecte uma felicidade transbordante… e por vezes acho, estupidamente, que não consigo deixar de sorrir! Talvez tenha surgido uma força invisível para me ajudar a saborear melhor as coisas belas da vida, para me ensinar a sentir, a partilhar, a sonhar... (a amar...) Sim, é isso mesmo! Só que essa força não é assim tão invisível e, curiosamente, até tem nome e vai comigo (de mão dada) para todo o lado…




Pareceu-me oportuno colocar aqui uma orquídea: acho que a sua beleza tem tanto de celestial quanto misteriosa--- assim também é o Amor! E esta revela-se apropriada porque é da cor do fogo…

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Amor é...



Fazer dos sonhos a mais bela realidade.
Porque há momentos na vida em que a realidade
parece mesmo um sonho!
(e são momentos eternizados com beijos)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Shakira - Antologia

A nossa música...



Lindo! Não é necessário dizer mais nada... Ouçam!!! E deixem-se maravilhar...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

...

Como é que se descreve o indescritível??

sábado, 24 de outubro de 2009

Medo?!

Um soluço, um gemido, um doce tormento reflectido no olhar, um desejo inadvertido de seguir em frente e não ser capaz de me libertar… um sorriso tímido, um bater apressado do coração e beijos… muitos beijos, mas que surgem apenas da minha imaginação. Sonhos, sonhos e mais sonhos, sonhar eternamente contigo… abraçar-me… enlear-me em sentimentos trôpegos e irreflectidos e acordar a sentir que a minha paz está no facto de te saber o meu abrigo.

Porque eu hoje pensei em ti!...

(Diz-me quem és…)
Hoje pensei em ti. Pensei em ti de uma forma calma e terna, com uma saudade intensa e um sentimento de libertação; como se o pensamento conseguisse projectar os gritos da alma.
Hoje pensei em ti. Pensei no teu sorriso, na forma como me fascina. Pensei na tua timidez, na forma como me comove. Pensei na tua sensatez, na forma como isso me faz sentir tranquila e segura. Pensei na tua força interior, na forma como consegues revelar aos outros o verdadeiro sentido da vida. Pensei na tua expressão emotiva, na forma como não consegues esconder os teus receios ou alegrias.
Hoje pensei em ti. Pensei nos dias que passamos a trocar ideias e a sentir a presença um do outro.
Hoje pensei em ti. Pensei na magia e na realidade que tu projectas na minha vida. Pensei nas páginas de palavras que trocámos. Pensei nas promessas ocultas que fizemos. Pensei nos segredos que partilhámos. Pensei nas histórias que contámos.
Hoje pensei em ti. Pensei no valor que dás às pessoas e aos seus sentimentos. Pensei na forma como partilhas os teus receios e confianças e como deixas transparecer uma certa tristeza por algumas coisas que se manifestam de forma mais incoerente.
Hoje pensei em ti. Pensei na tua forma de pensar e em como ela se reflecte na minha, conjugando-se os dois ideais de uma forma tão natural. Diz-me quem és e tira-me desta letargia que sinto, pela confusão de sentimentos que me invade. Diz-me! (porque…)
Hoje pensei em ti. Pensei e sorri. E sorri porque hoje pensei em ti…

Encontra-me


Por onde vagueiam os teus pensamentos?
Agora que eu precisava de ti…
Deixa-me apenas encontrar-te!
Sinto-me tão frágil…
Tão insegura…
Tão inconstante…
… Tão imensamente confusa!

Quero mas nem sei o quero
E tenho tanto medo de querer

De te querer…

O que é isto que estou a sentir?...

Por onde vagueiam os teus pensamentos?
Deixa-os voar…
Deixa-os encontrarem-se nos meus!

E assim, talvez, também tu me possas encontrar…

O doce calor de sentir…


Não foi só um olhar… não foi apenas um sorriso… não foi apenas uma ilusão
São imensas confusões que me fazem sentir uma felicidade indescritível, um fascínio por uma sensação distante e que já me esquecera ser possível experimentar. Como é que os nossos dedos se cruzaram? Nem sei… Lembro-me apenas de ter a mão entre a tua, de sentir… de sorrir…. de estar a gostar… de tentar agir com naturalidade… de me tentar abstrair para não ter de te olhar… de escutar a tua pulsação na ponta dos meus dedos… e por fim, de desejar que o momento não terminasse… que se prolongasse até nada mais existir…
Mas não foi assim…
O doce calor de te sentir foi substituído pelo teu olhar intenso, antes de desapareceres no horizonte… até que os nossos destinos se cruzem novamente….
(Amanhã)
Escrito a 20 de Outubro de 2009

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Como um sopro

Se o dia brilhar no meu coração, serei banhada por raios de Sol e a tristeza será aniquilada para sempre do meu redor. As sombras desaparecerão e darão lugar à luminosidade eterna, a uma chuva de certezas especiais... a sorrisos e sonhos imortais. Mas, provavelmente, eu não mereço tanto...

sábado, 10 de outubro de 2009

Fala-me de Deus!

Disse à amendoeira: fala-me de Deus!
E a amendoeira floriu.
Disse ao pobre: fala-me de Deus!
E o pobre ofereceu-me a sua casa.
Disse ao sonho: fala-me de Deus!
E o sonho fez-se realidade.
Disse à casa: fala-me de Deus!
E abriu-se a porta.
Disse à natureza: fala-me de Deus!
E a natureza cobriu-se de formosura.
Disse ao amigo: fala-me de Deus!
E o amigo ensinou-me a amar.
Disse ao rouxinol: fala-me de Deus!
E o rouxinol pôs-se a cantar.
Disse a um guerreiro: fala-me de Deus!
E o guerreiro depôs as armas.
Disse à fonte: fala-me de Deus!
E a água brotou.
Disse à minha mãe: fala-me de Deus!
E a minha mãe deu-me um beijo na fronte.
Disse à mão: fala-me de Deus!
E a mão converteu-se em serviço.
Disse ao inimigo: fala-me de Deus!
E o inimigo estendeu-me a mão.
Disse à voz: fala-me de Deus!
E a voz não encontrou palavras.
Disse à Bíblia: fala-me de Deus!
E a Bíblia cansou-se de tanto falar.
Disse a Jesus: fala-me de Deus!
E Jesus ensinou-me o Pai Nosso.
Disse, temeroso, ao sol poente: fala-me de Deus!
E o sol ocultou-se sem nada dizer.
Mas, no dia seguinte, ao amanhecer, quando abri a janela,
ele voltou a sorrir-me.
(Miguel Estradé)

De regresso à catequese, este conto estava lá à minha espera, à espera que o lesse e o interiorizasse: acima de tudo, à espera que tente vivê-lo!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A Pastora

A linda Pastora, guardando o seu gado,
Andava esquecida num alto montado.

E o Rei, que voltava, sombrio, da caça,
Com seus falcoeiros e galgos de raça,

Detem-se, pensando, de subito, ao vê-la,
Em ermo tão alto, que fôsse uma estrella.

— «Oh linda Pastora dos olhos castanhos,
Que passas a vida guardando rebanhos!

A tua belleza deslumbra os meus olhos,
Como uma tulípa no meio de abrolhos.

Teus labios parecem cerejas vermelhas,
E a pelle é mais fina que a lã das ovelhas.

Sobre o oiro das tranças, tuas faces tão puras
São duas papoilas em searas maduras.

Estrella ou Pastora, se queres ser minha,
Terás as riquezas que tem a Rainha!»

— «A flôr dos vallados é sempre modesta
E a humilde zagalla presume de honesta.»

— «Terás equipagens, palacios, castellos,
E joias a arderem nos fulvos cabellos;

Um throno de esmaltes em oiros massiços,
Lacaios, escravos, fidalgos submissos!...»

— «Ás vossas riquezas, perdidas nos montes,
Prefiro mirar-me no espelho das fontes;

As joias, que valem, se eu guardo o meu gado,
Com rubras papoilas a arder no toucado?...

De nada me servem fidalgos, escravos,
Pois tenho as abelhas e o mel dos meus favos.

Segui vosso rumo, que a tarde caminha;
Guardae as riquezas que são da Rainha».

— «Não rias, vaidosa, das minhas promessas,
Que a forca tem visto mais lindas cabeças...»

— «Talvez que mais lindas já visse pender,
Mas nunca tão firme nenhuma ha-de ver,

Que a Virgem Santissima, a Virgem clemente,
Ampara, sorrindo, quem morre innocente,

E os anjos, descendo do ceu a voar,
Á forca viriam minh'alma buscar!»

E a linda Pastora, que a ser ultrajada
A morte prefere,--vae ser enforcada!

Levaram-na, á força, das suas ovelhas,
Pendendo-lhe ás tranças papoilas vermelhas,

Com gritos de escarneo, no meio da turba...
Mas nada os seus olhos serenos perturba.

E toda inundada na luz que irradia,
Sorrindo, os estrados da forca subia...

Então, n'um relance, do azul transparente,
Surgindo mais alvas que a lua nascente,

Duas pombas que descem e voam a par,
Nos braços da forca vieram poisar...

E a linda Pastora dos olhos castanhos,
Tão longe da serra, cercada de estranhos,

Sem ter um gemido, sem ter um lamento,
Expira na forca... Mas n'esse momento,

No grande silencio que a morte causara,
Aos olhos de todos que attonitos viram
Tão grande prodigio, coragem tão rara,
Dos braços da forca--três pombas partiram!
(António Feijó)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Desabrochar


Tudo parece tão inegavelmente sublime, talvez sejam os meus olhos, talvez seja a minha imaginação, talvez seja um sorriso que Deus enviou com o meu nome inscrito, talvez não seja absolutamente nada, talvez seja uma visão, talvez um engano ou uma confusão... mas os pássaros vieram alegrar os caminhos com os seus cânticos, as flores trouxeram a inquietude da sua beleza, o tom dourado das folhas que começam a cair parece oferecer uma cama para os meus pés percorrerem estradas sem fim. A meta pode estar mesmo à saída de casa... o importante é encontrá-la! E se os campos vão florescer de novo na próxima Primavera, e se os pássaros vão voltar a encantar e se as árvores vão encher-se de folhas novamente, um sorriso pode também desabrochar.

domingo, 4 de outubro de 2009

Oração da Paz

Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz;
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;
Onde houver erros, que eu leve a verdade;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar,
que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado;
Pois é dando que se recebe;
É perdoando, que se é perdoado;
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
(São Francisco de Assis)

Hoje celebra-se S. Francisco de Assis fundador da Ordem dos Franciscanos e seguidor de Jesus Cristo. Aqui fica a homenagem a esse homem com este poema que reflecte o seu Amor pelo próximo.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Utopia

Revelo-me ao som do toque incontido de um olhar
Desfolho-me com o gesto subtil de um sorriso
E identifico-me no abraço ténue de um pensamento

Olhares...Sorrisos... e Pensamentos...
Momentos...
Devaneios... Utopia - Eis o meu significado!

E na surpresa deste instante,
antevejo tudo num breve sopro de insanidade...
e mesmo que este tudo seja ridicularizado a um simples nada,
decifro-o como um nada inegavelmente fascinante!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Pequenos delírios



Perdi-me num sonho!
Hoje sonhei
que o meu desejo
se tornava a mais
bela realidade :-)
O que é belo??? O que é real???
Pequenos delírios... meus!


Sonhar
é uma motivação para me identificar…
É uma surpresa a cada instante!
Perdi-me irremediavelmente neste sonho indefinido (...)
e confundi tudo!
Confundi-me (...)
Sonhos são apenas mimos doces!
São chocolates negros que me deliciam
São sorrisos que me encabulam
São rosas que me encantam
São mãos que se tocam e dedos que se cruzam apenas com um olhar
São imagens que eternizam momentos únicos, insubstituíveis...

Sonhar
é sentir que a magia projecta aquilo que
eu sou numa confusão de sombras indefinidas.
Sonhos são desígnios que se revestem
de silêncios estridentes, que recordo
em cada instante...
São pequenos delírios que me sussurram
beijos ternos... (ir)reais
mas que, sem perceber, me transportam
para junto de ti!
Sonhar
é sofrer por tudo o que não consigo esconder...
Pelos sorrisos que desejo trocar,
pelas emoções que desejo partilhar,
pelos momentos que desejo eternizar...
Envolve-me com o teu sorriso,
- Ensina-me a sonhar!...


O meu sonho
O meu delírio
O meu momento
O meu segredo
O meu tormento
O meu sorriso
O meu enredo
O meu desígnio
O meu conselho
O meu desejo
O meu Sol
A minha Lua
A minha poesia
A minha noite
E o meu dia

... És tu, Rui!
(Perdoa-me...)
(mas hoje senti a tua falta)
Beijinhos!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Viver

Viver é sentir,
é amar
e compreender
que cada dia
perde todo o significado
sem um pouco de magia!


Viver
é acordar todas as manhãs
com novos horizontes
para conquistar...
É sorrir
perante os obstáculos
que surgem a cada instante
sem fazer deles uma
entrave às ambições...
É colher
com a mesma alegria
os momentos bons e
os dissabores que
a vida oferece, porque
todos os pedacinhos
fazem parte do nosso crescimento
enquanto pessoas...
É sentir
cada instante como único e
não ter pressa de acabar,
porque cada momento
tem a sua beleza e
deve ser apreciado
pelo simples facto
de ser uma parte
da VIDA!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Momentos de tranquilidade





A forma como medimos
o tempo é muito subjectiva:
há escassos momentos que
valem por uma eternidade!



Não sei porquê mas esta imagem
transmitiu-me uma sensação de
tranquilidade.
E a paz deve ser partilhada
(sempre com um sorriso)...

Esta mensagem é para uma pessoa que eu admiro muito
pela tranquilidade que revela!
---Porque o horizonte pode ser o reflexo de
algo que me cabe nas mãos, mas que é,
na sua génese, igualmente fascinante
pelos mistérios que engloba...
Beijinhos!

domingo, 13 de setembro de 2009

Estou de volta...

Com vontade de continuar!

Com um sorriso nos lábios e uma dose
extra de paciência na bagagem...
(Vamos lá a ver o tempo que dura! ;-)

domingo, 6 de setembro de 2009

Vou de férias...

Aproveitar o Sol...
O mar...
Os amigos...
E divertir-me até à exaustão...

Vou mas volto...
Beijinhos

Felicidade


Somos nós que fazemos
a nossa felicidade.

Quando escolhermos
sorrir em vez de
nos entristecermos...

Quando escolhermos
a paz em vez da guerra...

Quando percebermos
que a vitória
não está nas vezes
em que ganhamos,
mas nos momentos
que partilhamos...

...perceberemos
o verdadeiro sentido
da FELICIDADE!

sábado, 5 de setembro de 2009

Coisas belas no paraíso terreno





O meu paraíso
é aqui...
agora...
O meu paraíso
é um sorriso
na cara de todos...


Às vezes penso onde estão as coisas belas e percebo que ando sempre a tropeçar nelas. A beleza está nas coisas mínimas, aquelas que vemos todos os dias e às quais nos esquecemos de dar o devido valor.

O Sol a nascer…
Uma flor a desabrochar…
O arco-íris a embelezar o céu imenso…
O rio a correr para o mar…
O cheiro da terra húmida depois das primeiras chuvas de Outono…
As estrelas a brilharem…
As ondas do mar a rebentarem quando encontram a praia…
Os passarinhos a cantarem…
Sorrisos…
Pessoas felizes…
O amor a nascer...
Um beijo inocente entre duas crianças…
Um campo de girassóis…
Adormecer ao som da música…
Passear à beira mar…
Jardins cheios de flores…
Fazer pic-nics…
Sentir um abraço apertado…
Chorar a rir…
A maciez dos sapatinhos de dormir…
Lençóis a cheirarem a amaciador…

Coisas simples que temos todos os dias… coisas raras se nos esquecermos delas… coisas belas se lhes dermos o devido valor… coisas que nos fazem sorrir e chorar… coisas que ganhamos e perdemos a cada momento que passa… coisas que nos fazem sentir importantes… coisas que nos fazem sonhar... coisas que são tão nossas... coisas que fascinam de um modo especial...

Todos os dias são diferentes e sou eu que tenho de decidir se vou fazer desse dia uma história para recordar ou um motivo para me esquecer. É preciso viver, sonhar e tentar, a cada momento, ser feliz! E o conceito de felicidade está em cada pessoa. Pode ser uma cabana ou um palácio, desde que eu decida torná-lo um paraíso!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Inquietações

Há coisas que me causam alguma confusão…
O facto das pessoas agirem como se o Mundo fosse acabar amanhã é uma delas! Talvez esteja a ser um pouco ridícula nestes meus devaneios mas a forma como encaro a vida parece-me um pouco estranha.
Não entendo porque é que as coisas têm de começar e acabar no mesmo dia…
Não entendo porque é que os desejos devem ser possuídos o mais rapidamente possível…
Não entendo porque é que os sonhos são para viver todos de uma vez…
Não entendo porque é que a vida só é sentida no limite…
Não entendo porque é que os sentimentos são banalizados ao extremo…

Não entendo…

Não entendo que um sorriso não seja suficiente para tornar alguém feliz…
Não entendo que uma flor não consiga fazer brilhar um olhar sonhador…
Não entendo que um beijo não permita sarar uma ferida…

Não entendo…

Gosto das coisas que acontecem lentamente. Porquê? Sei lá!

(Se calhar sou loura :-)





Nem sempre o vento,
com a sua capacidade
destrutiva,
é capaz de aniquilar
mesmo a mais
frágil das flores

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Adeus...


A poesia que me cativou por longos instantes que julguei poder chamar únicos e eternos, deixou de rimar com a minha vida. Provavelmente escrevi a história a lápis e, mesmo sem me aperceber, apaguei-a definitivamente de mim. Limpei todas as lágrimas que chorei quando entendi que o verdadeiro significado desse eterno, não é assim tão linear a não ser que se considere apenas imortalizar as coisas frugais na memória. E fechei as portas, num adeus a esta chama que se extinguiu irremediavelmente, encerrando este capítulo da minha vida. O que parecia querer durar uma eternidade, desvaneceu-se com a mesma intensidade como começou. Estranha, esta forma de amar. Estranho este sentimento que reflecte uma quase nostalgia do que poderia ter sido e não alcançou. Estranha a forma como as coisas eternas podem ser tão ponderadas enquanto se apagam no tempo, que um sonho se encarregou de imortalizar e a realidade fez adormecer definitivamente. E sinto um sopro de eternidade a desvanecer-se em mim quando sussurro suavemente a palavra que trago entre os lábios, ansiosa por escapar: ADEUS!

Porque um dia amei com tanta força…
Que perdi essa capacidade

domingo, 23 de agosto de 2009

A magia do silêncio




Nos momentos
em que me calo,
o silêncio
fala-me ao ouvido


Gosto de sentir esta magia...
O doce sabor do silêncio a invadir-me e encontrar eco num sonho com asas...
O tempo a embalar, calmamente, os desejos partilhados numa doce melodia, seduzindo os meus sentidos e tornando-me prisioneira do meu próprio pensamento, como que observando um momento que pretendo eternizar.
Uma história a transcorrer-me nos dedos, perdendo-se nas sombras onde antevejo o meu destino, onde desperto para uma nova sensação de querer contemplar tudo mais profundamente e sentir a realidade de uma forma mais coerente e determinada.
Gosto de absorver o silêncio... e escutar atentamente os murmúrios mudos a interrompê-lo(...)Porque o silêncio pode traduzir-se na mais bela das melodias… simplesmente porque permite ouvir o que está para além das meras palavras.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Amor é‏...



...Oferecer a vida em forma de flor :-)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Parabéns, Nélson!




Herói é aquele que encontra,
mesmo na adversidade,
um motivo para sorrir.


Parabéns, Nélson!
Deixo aqui o meu tributo a este grande campeão que ontem me encheu de orgulho, ao conquistar a medalha de prata no Campeonato do Mundo de Atletismo, em Berlim. É que além da grande marca que conseguiu, demonstrou um desportivismo inabalável, na hora de dar os parabéns ao adversário que o superou. Um verdadeiro herói. Parabéns e obrigada, Nélson Évora!

domingo, 16 de agosto de 2009

Hoje estive aqui...


Hoje estive aqui...
Olhei para o meu blog e pensei se estaria a correr bem.
Se os dias que me prendem aqui valeriam a pena...
E acho que sim...
Acho que um dia vou olhar para a primeira mensagem publicada e vou sentir uma imensa felicidade por ter começado e continuado.

É interessante pensar que estes pedaços vão acompanhando, de certa forma, um pouquinho da minha vida, enchendo de nada os meus dias. E estes nadas, dão-me tanto!!!

Um pedaço de coisa nenhuma (gosto do título) parece dizer tanto e, ao mesmo tempo, tão pouco. É engraçado... acho até que revela uma certa dualidade e confusão, mas é apenas um título. É o meu título, pensado de uma forma abstracta, subtil e para me lembrar que mesmo estes pequenos nadas, valem um vida.

E por isso é que eu estive aqui, hoje!...

Vai, pensamento...


Letra do Va, pensiero...
Ópera "Nabuco" (1842)
Parte Terceira (Cena IV)
Na margem do Eufrates
(Hebreus agrilhoados
constrangidos ao trabalho)


Hebreus:
"Va', pensiero, sull'ale dorate;
va', ti posa sui clivi, sui colli,
ove olezzano tepide e molli
l'aure dolci del suolo natal!
Del Giordano le rive saluta,
di Sïonne le torri atterrate...
Oh mia patria sì bella e perduta!
Oh membranza sì cara e fatal!
Arpa d'or dei fatidici vati,
perché muta dal salice pendi?
Le memorie nel petto raccendi,
ci favella del tempo che fu!
O simìle di Sòlima ai fati
traggi un suono di crudo lamento,
o t'ispiri il Signore un concento
che ne infonda al patire virtù!"

A ópera Nabuco, que conta a historia do rei Nabucodonossor, foi escrita durante a época da ocupação austríaca no norte da Itália e, por meio de várias analogias, suscitou o sentimento nacionalista italiano. O Coro dos Escravos Hebreus, no terceiro acto da ópera (Va, pensiero, sull'ali dorate, "Vai, pensamento, sobre asas douradas") tornou-se uma música-símbolo do nacionalismo italiano da época. Eu ouvi esta pequena maravilha quando tinha os meus doze anos e logo fiquei completamente apaixonada. Simboliza o espírito livre que, mesmo em cativeiro, pode voar e manifestar a mais bela forma de emancipação.

Ah e se quiserem podem ouvir aqui ao lado...

sábado, 15 de agosto de 2009

Isto


Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
(Fernando Pessoa)

Divagando
Porque a poesia pessoana terá sempre um lugar especial na minha vida... não podia deixar de lhe prestar uma pequena homenagem. Cresci a lê-lo e, por vezes sinto a necessidade de o folhear e perder-me no meio das palavras sempre intensas com que nos brinda todos os momentos...
Basta :-) deixarmo-nos envolver.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sê o melhor


Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.
(Pablo Neruda)

Divagando
Eu quero apenas ser eu…
Quero o silêncio de um momento eternizado
numa folha de papel
Quero o sorriso contagiante de uma criança
a mitigar a minha tristeza,
quando ela surgir

Quero um raio de luz a iluminar-me
sempre que as sombras vierem
toldar o meu caminho
E quero sonhar se a realidade
for demasiado cruel
para não ser mais que um
terrível pesadelo
Quero…

Oh, eu só quero viver!

O milagre do nascer do Sol


Se os teus esforços forem vistos com indiferença não desanimes; também o Sol, ao nascer, dá um espectáculo insdescritível e, mesmo assim, a maior plateia continua a dormir.
(autor desconhecido)

***
Mais palavras para quê?...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Metade


Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio.

Que a música que eu ouço ao longe seja linda,
ainda que tristeza.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada,
mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida
e a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas
como prece nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço,
mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso
e a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste,
que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflicta em meu rosto o doce sorriso
que eu me lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo,
mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a plateia
e a outra metade, a canção.

E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor
e a outra metade... também.
(Oswaldo Montenegro)

Divagando
Na sombra de um olhar triste
Cruzo-me com uma solidão inatingível
E sinto um sopro de existência invadir-me!
A vida é para ser sonhada com intensidade
E eu queria tanto ser sonho…

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Hino à caridade


Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens,
Se não tiver caridade, sou como o bronze que ressoa
Ou como o címbalo que tine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia
E conheça todos os mistérios e toda a ciência,
Ainda que possua a fé em plenitude,
A ponto de transportar montanhas,
Se não tiver caridade, nada sou.
Ainda que distribua todos os meus bens em esmolas
E entregue o meu corpo a fim de ser queimado,
Se não tiver caridade, de nada me aproveita.
A caridade é paciente,
A caridade é benigna, não é invejosa;
A caridade não se ufana, não se ensoberbece,
Não é inconveniente, não procura o seu interesse,
Não se irrita, não suspeita mal,
Não se alegra com a justiça, mas rejubila com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
A caridade nunca acabará.
As profecias desaparecerão,
As línguas cessarão e a ciência findará,
Porque a nossa ciência é imperfeita.
Mas quando vier o que é perfeito,
O que é imperfeito será abolido.
No tempo em que eu era criança,
Falava como criança, raciocinava como criança;
Mas, quando me tornei homem,
Eliminei as coisas de criança.
Hoje vemos, como por um espelho,
De maneira confusa,
Mas então veremos face a face.
Hoje conheço de maneira imperfeita:
Então, conhecerei exactamente,
Como também sou conhecido.
Agora subsistem estas três:
a fé, a esperança e a caridade;
Mas a maior delas é a caridade.
(Primeira Carta de S. Paulo aos Coríntios)

Divagando
S. Paulo faz-nos reflectir sobre o verdadeiro
sentido da caridade.
A caridade que não consiste em darmos o
nosso dinheiro em forma de esmolas
mas em darmos o nosso coração.
Amar é oferecermo-nos a nós próprios
em proveito dos outros.

Gotas de dignidade



Por vezes sentimos que
aquilo que fazemos
não é senão uma gota
de água no mar.
Mas o mar seria menor se
lhe faltasse uma gota.
(Madre Teresa de Calcutá)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sorrisos em flor


Deixa-me sorrir!

Provei, adorei e quero repetir...
(e não foi vinho)
Isto é para ti :-) Beijinho

Repetes comigo?!?
Adoro rir-me na tua companhia.

Sorrisos em flor
são momentos eternos que
colhi no jardim da minha vida.
Olhei e senti...
Olhei e sorri...
E guardei-os para sempre
nesta jarra,
uma jarra a transbordar
... água e saudade

Felicidade!

E sonhos...

Deixa-me sorrir contigo :-)
Porque os sorrisos
são, também, as flores que eu não colhi
(ofereceram-mos em ramo com fita de cetim)

Flores e sorrisos
Não os deixes murchar!!!!

(Pelos momentos
(Pelas horas
(Pelos dias
(Pela eternidade
(Pelos sorrisos
(Pelas flores
(Pelas saudades
(Pelos sonhos
(Pela poesia
(Pelos pedacinhos
(Por ti...
(Para ti, Rui)
( ... )
Beijinhos

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Não é isto, a amizade?


Conta uma lenda árabe que dois amigos
viajavam pelo deserto e, num determinado
ponto da viagem, discutiram.
O amigo ofendido, sem nada dizer,
escreveu na areia:

HOJE, O MEU MELHOR AMIGO BATEU-ME NO ROSTO.

Seguiram e chegaram a um oásis
onde resolveram tomar banho.
O que havia sido esbofeteado começou a
afogar-se sendo salvo pelo amigo.
Ao recuperar-se agarrou num estilete
e escreveu numa pedra:

HOJE, O MEU MELHOR AMIGO SALVOU A MINHA VIDA.

Intrigado, o amigo perguntou:

Porque é que depois de eu te bater,
escreveste uma mensagem na areia
e agora que te salvei,
escrevestes na pedra?

Sorrindo, o outro amigo respondeu:

Quando um grande amigo nos ofende,
devemos escrevê-lo na areia onde o vento
do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar.
Porém quando nos faz algo grandioso,
devemos gravá-lo na pedra da memória e do coração;
onde vento nenhum do mundo poderá apagar.
(autor desconhecido)

***

Cada novo amigo que ganhamos no decorrer
da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos,
não tanto pelo que nos dá,
mas pelo que nos revela de nós mesmos.
(Miguel Unamuno)

Divagando
Amigo verdadeiro é aquele que...
Nem sempre sorri, às vezes chora connosco;
Nem sempre diz coisas que gostamos
mas mostra-nos a verdade;
Nem sempre nos olha nos olhos
mas olha para o nosso coração;
Nem sempre vê os nossos defeitos
mas ajuda-nos a superar as derrotas;
Nem sempre surge para festejar
mas ajuda na preparação;
Nem sempre está presente fisicamente
mas aparece quando é necessário;
Nem sempre impede as nossas quedas
mas ajuda-nos a levantar;
Nem sempre o vemos
mas ele está lá
(e nós sabemos).

Um amigo
é a melhor prenda que eu posso receber
é a flor mais bela do meu jardim
é a estrela mais brilhante do céu imenso
é aquele que revela o melhor que há em mim

Um amigo
realiza pequenos milagres
sem varinha de condão(...)

Um amigo...
Um amigo és tu!
(este é da minha autoria)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Alegria

A alegria está na luta,
na tentativa,
no sofrimento envolvido.
Não na vitória propriamente dita.
(Mahatma Gandhi)

Borboletas no estômago


Porque é que me lembrei disto agora?!?
--- Andei com uma t-shirt da Desigual :-)

Borboleta--- sou eu!
Mesmo que não voe...
Ainda que as cores que me vestem
não sejam tão belas...
Embora não caia sobre mim aquele
olhar de admiração...

Sou uma borboleta!

Só porque me sinto assim:
Livre para VOAR!

(Com asas de papel)

sexta-feira, 31 de julho de 2009

(Pedaços em branco)

Olho para a folha de papel onde acabei de escrever...
Mas encontro-a vazia, despida.
( ) Como se tudo se tivesse esvaído
num louco momento de inspiração.
( ) Como se tudo estivesse acabado
depois de nem sequer ter começado.

( ) Como se tudo fosse, inexplicavelmente ... NADA ( . )

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Era uma vez... (ou duas)... (ou três)...


Era uma vez....
(risos)
Não é assim que começam todas as histórias? Cada pedacinho de retrato que imagino torna-se a cada dia mais eloquente, assumindo um ideal para a minha vida, excluindo-me toda a importância, de modo a voltar a escrever os contos de fadas que se projectam em mim.
Mas o importante é viver cada história, cada poesia como a mais perfeita realidade!
É importante impregnar nos meus devaneios o sentimento de que são materializáveis (porque as energias positivas propagam-se exponencialmente e sofrem um efeito multiplicador), para que se estabeleça uma ligação entre a fantasia e o que pode ser verdadeiramente traduzido pela existência.
Um sorriso pode valer mais que muitas palavras bonitas, se surgir no momento certo.
O sonho é o grito do subconsciente e, nesse aspecto, temos de saber dar-lhe voz e de aprender a discernir o significado.
Mas os sonhos estão por aí, à espera de serem sonhados, com um infinito desejo de serem realizados!
E quem nunca sonhou que atire a primeira pedra...
Porque ACREDITAR
...é preciso!
E sonhar também(!)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Flores e Chocolates: eterna poesia




Se os lírios do campo pudessem contar a minha história
Se as rosas ao vento pudessem falar ao meu ouvido
Se as orquídeas estreladas pudessem sorrir
quando me vissem passar
Se as túlipas negras pudessem ouvir
tudo o que lhes queria dizer
e, Se o meu jardim imaginário me deixasse
exteriorizá-lo
Seria como saborear nas suas pétalas
o mais doce dos chocolates....

As flores são verdadeiras pérolas e quero
recolhê-las todas: fazer uma colecção das mais belas
e colocá-las no meu jardim de sentimentos... porque cada uma simboliza,
a seu modo, a perfeição!

A rosa, com os seus espinhos, mostra-me que a perfeição não
é um eterno paraíso.
As orquídeas indicam-me que a perfeição
não reside na fortaleza, mas pode advir da mais pura
fragilidade.
As túlipas, fechadas em si próprias, revelam-me uma
forma de estar mais introspectiva, sempre necessária
quando a vida se encontra em nós próprios...

No meu jardim interior eu quero belas flores
e na minha vida quero também
poder deliciar-me com o sabor doce e delicado dos chocolates,
criando o mais belo quadro da minha infância e
tornando-o uma meta a alcançar.

Se as flores preconizam a beleza
Se o chocolate tem trejeitos de algo divino
A POESIA é o que resulta desta intrigante simbiose...

Deixa-me ser poeta
e revelar a verdadeira beleza
que tudo isto
pretende significar...

Para que os espinhos do meu jardim
só se materializem em rosas!!!

domingo, 26 de julho de 2009

Brandi Carlile - The Story



Palavras para quê???
A beleza não precisa de legenda...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Agulhas de dor



Sinto a dor invadir-me como se uma agulha me trespassasse a fazer reflectir a angústia de algum momento irracional.
A forma inédita do que sinto esvai-se em sangue, de um tom de vermelho que não é possível discernir, como o imenso vazio que me inquieta as certezas que nunca tive... e as inseguranças que me perseguem elevam-se incoerentemente.
As sombras do meu passado invadem-me e torturam-me numa imensidão de nadas que me fazem divagar, deixando-me à deriva na minha inevitabilidade. Triste e só, deambulando por algum local desconhecido, a observar, inerte os últimos raios de sol, que se vão escondendo no meu horizonte... como eternas borboletas errantes e indecifráveis.
O caminho incerto chove torrencialmente na minha liberdade amputada e os dias surgem na madrugada de um hoje adormecido, até ao amanhã iminente...

Oásis

Um sonho... é importante desejar... sofrer para que surja... e realize--- observo-me e vejo um espaço vazio onde existo sem saber... cada momento de solidão... cada pétala que cai balançada pelo vento cruel... cada sombra que reflecte a minha essência numa estranha parede de rua... pintalgada por cores de uma lata de spray--- abandonada...Sou eu!!!! Ou nem sou... a imagem que transparece silenciosamente atenua-se em cada sorriso que não transmito, fazendo-me deixar de acreditar... e sem saber propriamente o motivo...

Oásis... miragem de mil cores--- real... como se pudesse saciar a minha sede no meio do lago que os meus olhos perscrutam no centro da areia desértica... como uma ventania que sopra para destruir o sonho... proximamente distante... nada parece ressurgir do negro semblante que apresento ao deparar-me com estranhas formas de subsistir... a visão fica toldada e sofre... como se manifestasse um desejo intrínseco de ser... ou morrer por consequência de o desejar--- paradoxalmente, como se a noite surgisse sem o dia ter partido... pequenas escolhas que se fazem--- sem possíveis alternativas... porque o verdadeiro mistério está no facto de querer ser apenas EU!!

(A) tormenta (da)

Sinto a tormenta que me invade… sorrindo implacável
Triste sonho que me acorda sem dormir e
Faz-me sentir perdida.
Descubro-me por trás de um rosto que nem é meu
No espelho das águas calmas do mar
E logo tudo deixa de existir--- nas ondas
Que me engolem… vou morrer
Não! Porque tenho de me esconder?!
Renasço e a dor permanece.
E perco-me nas encruzilhadas do meu pensamento…
Como uma sombra que desvanece
E me faz sair do imenso turbilhão
do sopro que me envolve… eternamente.

domingo, 19 de julho de 2009

Eis-me aqui!!

Aqui estou…
O meu sorriso triste
Espalha-se lentamente pelo Mundo
Olho sem ver e sinto-me
Estranhamente perdida---
Cada dia esvai-se
E nada prolifera
Excepto a minha agonia.
Um sopro de algo que
Não consigo discernir
Arrebata a minha Vida
Deixando-me Morrer!
O Sol desmaia e eu
Não consigo acordá-lo
E finalmente---
Vislumbro (…)
A escuridão que me encerra
Dentro da minha própria ilusão
Fatal…

Eternos vendavais


Sinto o sabor do vento... vazio...
Solitário...
Triste... A dor...
Que suavemente transmite
Simplicidade obscura...
E finalmente o tempo que escorre
Entre os finos dedos de cristal
Ao sentir a melancolia
De uma sombra...
De uma vida...
E da minha doce Solidão...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

IF - Rudyard Kipling

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or, being lied about, don't deal in lies,
Or, being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise;

If you can dream - and not make dreams your master;
If you can think - and not make thoughts your aim;
If you can meet with triumph and disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to broken,
And stoop and build 'em up with wornout tools;

If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on";

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings - nor lose the common touch;
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run -
Yours is the Earth and everything that's in it,
And - which is more - you'll be a Man my son!

Então e eu?!?


Pronto, já vi que não fui a feliz contemplada na escolha para madrinha!
Fico só para tia, mesmo!
(E já não é mau… é que não é para todos :-p)
Mas fico contrariada... e um pouquinho amuada :-)
Isto passa, daqui a uns 50 anos ;-)
Acho eu...
Buáááááá!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

NIKE

Dois exemplos do que a Nike faz em termos de publicidade. Para uma 'publidevoradora', estes spots são sempre agradáveis de ver. São estes e os das cervejas australianas :p (Se a Ana lesse isto, havia de me perguntar se eu não sou abstémia (risos), mas lá por estar de dieta não quer dizer que não peça para ver o menu ;-)


Mesmo sem o Cantona, aproveitem bem os intervalos! :-)

O milagre da vida


Sou tia! Desde o passado dia 3 de Julho que sou tia... e como disse alguém de quem gosto muito, ser tia é óptimo porque ficamos só com os momentos bons dos bebés: as brincadeiras... Se ela chorar ou estiver a aborrecer, sempre podemos passá-la para o colo da mãe ou do pai :-) mas o que me faz ficar mesmo triste é saber que não vou poder estar lá com ela, em todos os momentos, fazer parte da vida dela todos os dias, para lhe limpar os olhos se cair, para lhe pegar ao colo se estiver cansada, para adormecer com ela depois da visita do papão... E já tenho saudades do que passou e do que ainda está para vir... tenho saudades de te segurar novamente, minha pequena INÊS. Queria tanto aproveitar melhor esta sensação mas já parece que passei uma eternidade à tua espera... Sonhos cor-de-rosa!

domingo, 21 de junho de 2009

It's all coming back to me now

Deixo aqui duas versões distintas desta música espectacular:





É nestes belos acordes e nas intensas palavras que me perco a meditar na melancolia deste título incontornável da música. E a cada dia a vontade de ouvir, de interiorizar, pode ser inegavelmente impossível de satisfazer, tal como outras coisas, apenas através da simples recordação... mesmo de algo que nunca existiu... por isso nada melhor que a deixar tocar na verdadeira essência de cada um! É só carregar no play para desfrutar e sentir o eco da magia :-)... E sonhar!!!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Alentejo

Recordar é sentir viva em mim a surpresa que revelaste quando te conheci.... quando, subtilmente, me mostraste a tua infinita beleza e me fizeste parte dela.... observei... saboreando tudo o que podes oferecer e fizeste com que o meu deslumbramento fosse maior e maior a cada segundo. A doce beleza que escondes de todos os que negam a tua magnitude... e saber que essa é a razão do teu mistério.... Dá um pouco de ti e deixa-me embalar eternamente nas tuas águas límpidas.... para finalmente, desfalecer nas dunas que servem de leito às ondas calmas.... borbulhantes.... por alcançar a praia. E deixa que o teu aroma se misture.... e impregne para sempre no meu ser (...)

Ruídos no meu silêncio

Em cada dia existe em mim esta profunda tendência para exagerar--- e tudo se revela bastante mais árduo... o Sol não nasceu hoje--- porquê??? Este esboço criado na minha capciosa realidade insurge-se, desesperadamente, como uma nuvem de mistério intrínseco--- desejo! E quero nunca mais desejar... estranha forma de sobrevivência... um orgulho individualista que me faz acreditar que a minha agonia se propaga em meu redor... como se eu fosse, de facto, importante--- e nada sentir... e nada ser... ou ser, talvez, apenas mágoa...

Frugalidades

Sonho, como se estivesse adormecida há séculos, com um castelo de cartas, que desaba ao toque da brisa mais ínfima....sonho com os olhos sempre escancarados, talvez por me ter esquecido de os trancar, devido à avidez com que o desejava...... os sonhos...... esses belos castelos de cartas ruem tão facilmente como são erguidos: caindo com a ilusão desfeita de algo que nunca existiu.... e a sombra cobre-os com a sua estranha benevolência sem nem saber se vale a pena deixar de sonhar um tão arrebatador momento.... é um desejo de acordar e um querer continuar adormecida no enlevo dos doces aromas sensoriais... E é sofrer ao não desejar sentir o que acabo a conjecturar, por eventualmente nem sequer ter adormecido.....

Desencontros

Numa estranha simbiose, a noite e o dia encontram-se, deixando o sol e a lua amarem-se quase eternamente…. Como se este breve momento pudesse transpor-se para uma escala diferente e tudo se desvanecesse para dar lugar ao enlevo entre os dois amantes…. Mas o momento de magia termina repidamente, quando a noite dá lugar ao dia, e as lágrimas da lua caem sobre a Terra em forma de chuva. O sol, tentando acalmar a dor da sua amada, brilha intensamente, transformando a água que transcorre do martírio do ser amado, numa maravilhosa e resplandecente obra da natureza: aquilo a que nós chamamos arco-íris.

Fragmentos

Escondo-me sob uma máscara que me assusta terrivelmente--- mas nada faço para a retirar: fraqueza que me domina sem que a consiga derrotar.... estranhas e crueis sensasões permanentes de uma miserável existência....
*
Que confusão de angústias me arrasta, hoje, para uma imensidão de absurdas incógnitas? Oh tristeza!! Porque revelas a minha dor?
*
Acordei do mais terrível pesadelo para me aperceber que, na realidade, ainda me encontro a dormir....
*
E, de repente, percebo que não sou mais que uma perfeita estranha no meu próprio mundo
*
O pior inverno é o egoísmo colectivo daquilo a que, estupidamente, chamamos Humanidade...
*
Porque é que me envolve esta imensa vontade de chorar?!?.....
*
Sou um pedaço de coisa nenhuma….

terça-feira, 9 de junho de 2009

Algures

Algures na escuridão do meu isolamento, distingo as páginas do céu a refulgirem intensamente, como um vulto imaginável que suspira numa procura eterna por um sentimento ambíguo e difícil de decifrar.

Algures na escuridão do meu isolamento a minha sombra torna-se uma luz condutora para uma paisagem enganadoramente acolhedora, como se o desespero fosse um objectivo impossível de suprimir.

Algures na escuridão do meu isolamento o vento sopra, incansavelmente destrutivo, fazendo bater as portas da minha alma, soluçando uivos estridentes na noite instalada no meu pensamento obscurecido pelas vendas que me cobrem o olhar triste.

Algures na solidão do meu isolamento um sorriso brilha eterno nos meus lábios, sereno como a noite estrelada que me guia, suportando a inércia resultante da esperança aniquilada pelo meu desconhecido, desvanecendo a minha dor e libertando-me da mágoa, encontrando-me em ti…

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Fragilidades


Doces irreflexões que transcendem o meu olhar,
qual dia de intempérie banal que se esconde
no meu negro semblante, a reflectir
as mágoas do meu desejo de sorrir;
como se a dor permanecesse imutavelmente
triste….
talvez querendo disfarçar a solidão
frenética e doce
da minha própria ilusão…

A essência do nada que sinto
dentro de mim,
a desvanecer o sentido de tudo,
é como a sombra de uma lágrima
que silenciosamente escorre na pele,
refulgindo a minha alma,
impaciente,
na noite...
até que o Sol suspira
com voz quente
a inevitabilidade
da minha vida.

E é também o abraço de uma estrela
que, deixando o céu, vem brilhar
algures no meu pleno desconhecido,
fazendo reflectir de todas as cores
o espírito entorpecido
de algo que ainda nem nasceu

Sozinha no templo do meu mundo
sinto um aconchego de ninguém
e adormeço abraçada a mim
depois do prazer inenarrável,
e teimo em sonhar, vagamente,
com esse momento inédito
e transcendental
em que dois corações se unem
inevitavelmente…
interiorizando-o como o instante frémito
que antecipa o abraço gélido
e incoerente
da minha própria Morte!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O meu mundo de inseguranças

Observo cada passo que dou como um tormento em torno daquilo que não vejo. O chão que fica para trás de mim sofre de angústia por já ter passado e o que falta passar soluça pelo destino incerto. Não sei se decifro a vida ou se me revejo nela; tudo se resume a breves incógnitas que surgem desamparadas no meu silêncio. O céu manchado por um desígnio que não me atinge e me faz sentir a indiferença inconsequente da minha estranha apatia. As palavras fogem-me inevitavelmente, destacando-se por elas, mesmo nem fazendo sentido no criterioso pincel que vai manchado a folha de papel, ensombrada por angústias desapegadas de mim. Sentidos de nada que me observam de fora, vagamente destituídos de complacência, desconhecedores da sombra que me tolda e teima em não se afastar definitivamente. Como injúrias que ganham vida num subconsciente dilacerado pelos tormentos implantados, e que se perdem no seu verdadeiro sentido, sem que esse se consiga definir. Os reflexos sem importância, criam subconscientemente uma imagem enganadora, que vai sofrendo mutações nocivas até se desligar integralmente da sua essência, subjugando-a intencionalmente. E o tempo entranha-se em mim como uma adaga que fere, sem discernir os desígnios da minha luta. Até que as águas se calam e os sorrisos, nelas espelhados, se prendem para sempre num destino indecifrável.

A vida é uma busca constante

Eu não sou muito de ouvir música, mas gosto de apreciá-las pelas suas letras e esta, sem dúvida, fascina-me :-) pelo seu conteúdo.
A vida é uma busca constante, recheada de interrogações e as poucas certezas perdem-se pelo caminho. E eu, indubitavelmente, perco-me com elas.
O importante é, talvez, descobrir novas realidades durante a viagem, mesmo que o caminho traçado não tenha sido o ideal. Cada percurso torna-me mais forte e determinada, ainda que as dúvidas também aumentem. Eu encaro as dúvidas como uma tentativa de alcançar o conhecimento e, neste sentido, a curiosidade não pode ser considerada um malefício.
A curiosidade é o que me faz mover. E a procura é o que me faz enaltecer o caminho.
Por vezes a importância da própria conquista é mínima, quando comparada ao prazer efectivado durante a busca. O segredo é apreciar a viagem...
Deixo aqui o video porque pode apetecer ouvir

terça-feira, 2 de junho de 2009

Passeios no Parque



Encanto-me sempre na estação de metro do Parque. Há tantos anos que os meus dias começam e terminam diante daquelas paredes: mas há sempre algo contagiante para dali retirar. Desde Camões a Nietzsche, passando por Fernando Pessoa, filósofos e poetas com os seus ideais, todos eles desfilam ao sabor do mar azul que envolve quem por ali passa a correr e maravilha os que se detêm pelo caminho para alimentar um prazer inquieto pela leitura. Cada dia é uma luz diferente, um pormenor diferente que fixo de entre tantos. Até mesmo aquela morbidez cinzenta das colunas trabalhadas e dos caixotes do lixo cónicos. É a minha estação, já a elegi como tal… As frases desfilam sob os olhos atentos e mesmo os mais absortos devem reter alguma ideia da composição que enfeita o ambiente. Uma profusão de sentimentos e emoções assola-me e deixo interiorizar os pensamentos, as máximas, os segredos, os percursos das vidas de todos os que ali repousam, marcados com as letras da imortalidade….

sábado, 30 de maio de 2009

***Destinos***


Cada mancha de dor que sinto transbordar da minha vida é como um doce tormento que não me deixa sucumbir---- lentamente faz-me erguer numa luta constante com os meus medos, qual efémero desejo de nem estar aqui e desaparecer eternamente. A sombra do meu flagelo persegue-me sem cessar, tornando-me cativa da minha própria ilusão e criando novos horizontes para o meu sonho indefinido. Levo-me por uma estrada que termina num profundo abismo, como a querer representar o fim do meu mundo inexequível e tropeço na minha própria dor…. e o chão eclipsa-se debaixo dos meus pés, quando me sinto puxada pela força invisível da gravidade, para as águas do precipício do meu pesadelo irracional…. e o meu descanso imerge nas profundezas do oceano, inabalável.....

Desassossega-me, Bernardo Soares


Cada frase, cada palavra projecta-me para uma imensidão de dúvidas e sentimentos estranhos. A primeira vez que este livro repousou perto do leito dos meus sonhos, só lá esteve dois dias: foi completamente devorado!! Absorvi as suas páginas em menos de nada e chorei, chorei por sentir-me impressa naquelas sentenças e por me sentir impressionada que alguém pudesse envolver-se de um estado de espírito tão sombriamente belo… Só quem leu e se maravilhou :-) pode entender. São como desejos entrecortados por experiências de vida embrenhadas numa completa solidão… na escuridão do isolamento social, como se as palavras ditas pudessem querer significar meros instrumentos de tortura. A dor que nem é sentida promove essa relação com o mundo. Senti-me imediatamente arrepiada: “… e do alto da majestade de todos os sonhos…” fui procurando mais, seguindo a vida deste ajudante de guarda-livros da cidade de Lisboa, até à última sílaba… até ao expiro final…
Sonhei Bernardo Soares como um homem que nem sabia quem era… mas que sabia o que era. Olhei-o intensamente admirada pela sua prosa poética, capaz de absorver o meu espírito, reverenciando a sua obra. E reli e reli até cada som silencioso ficar inscrito na minha memória--- permanecendo inadvertidamente imiscuído nos meus sentidos.... para todo o sempre.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Vou onde me levarem os sonhos…

Gosto de ver as coisas. Observá-las no verdadeiro sentido. “Perder” tempo com elas. Perder-me nelas. Adorá-las, interiorizá-las. Creio que é razoável fazer o mesmo com as pessoas. Perscrutar-lhes a alma até ao limite das possibilidades. Senti-las pertencerem-me, ou então sentir que lhes pertenço. No entanto, sempre que me relaciono com alguém não posso evitar uma certa dramatização dos factos.
Algures na minha passagem pelo mundo real conseguiram aguilhoar-me e agora é tão difícil voltar a confiar. Os sentidos mantêm-se constantemente em alerta, numa tentativa de evitar a reincidência.
Penso a vida como algo de transcendental, um dom tão intenso quanto belo e abdicar dela é, em si, um erro crasso. Gosto de viver. Quero viver, não apenas existir; quero ser, não apenas estar!! E há tantas coisas para amar… tantos sonhos a realizar! Quero fazer tudo, viver tudo, amar tudo, na sua essência. Pelo simples prazer que isso me pode dar…. Quero soltar-me das amarras em que me prenderam e seguir até ao meu limite, pelo horizonte do meu pensamento e perder-me por lá… Quero ir até onde me levarem os sonhos!!…

Comportamentos


Como é estranho o conhecimento interpessoal… imagino sempre as personagens que intervêm no meu mundo como perfeitos desconhecidos, tal como as imagens de um filme que passa diante de mim, sem que consiga materializá-las como verdadeiras. Isto resume-se ao facto de uma parte de mim estar constantemente a analisar o perfil humano, numa tentativa, frustrada ou não, de emitir julgamentos psicológicos sobre os meus interlocutores. Talvez até me possa considerar uma misantropa, tendo em conta que praticamente não tenho amigos (sou uma pessoa de relações difíceis, diria) e nem os quero ter. As horas, os dias, o meses… que prefiro ficar a deambular vagamente por casa a fazer nada (ou tantas coisas) podem querer significar algo de estranho no meu comportamento, mas não necessariamente a misantropia. Mas se efectivamente sou uma misantropa (e não me assusta a palavra, com todo o seu significado intrínseco), sinto-o como algo de fantasioso, nada mais que uma palavra, no meio de tantas que me preenchem, para me ilustrar perante um universo que não esmorece sem mim--- fica apenas indiferente. E eu gosto da minha companhia…. Gosto de estar só! Comigo! Sou tentada a rever-me como um mero dado estatístico neste lugar terreno, onde a minha ignorância é distante aos olhos dos demais, onde nada importa a não ser a verdade que cada um cria, numa tentativa de não ultrapassar o vazio de outrem. Pergunto-me, a cada instante, o que torna o ser humano cruel, mas depois revejo-me no espelho como um ser humano e a tentativa de me mudar, nesse aspecto, parece nem ter resultado comigo. Não quero com isto dizer que estou descontente com a minha forma de ser, claro que há sempre um ou outro pormenor que gostaria de alterar, mas penso na minha essência como algo de bom e quero colocar isso ao serviço da Humanidade. Mas, na maioria das vezes vejo-o como algo muito difícil de alcançar e penso sempre que os meus esforços são inglórios, mediante o problema da propagação multiplicada. E, talvez por isso, sinto-me sempre uma perfeita estranha no meu próprio mundo!!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Não Penso, Sonho...


Os sonhos são como vozes que me libertam, intensificando um doce encantamento espiritual e dramático numa essência divina, estranhamente corrompida, por desejos convulsivos de algo que não consigo reconhecer inteiramente. Vislumbro-os sempre através de uma sombra de luz intensa, que permite criar esboços indefinidos no meu horizonte, conduzindo-me por um trilho idílico mas exigente. Antevejo os sonhos como pedidos mudos que se fundem em mim, inconscientemente, como se a minha vida lhes pertencesse; como se fossem a minha vida; envolvo-me em sorrisos tristes quando não sonho, saboreio angústias imortalizadas em prazeres carnais ocultos, reflectindo um qualquer distúrbio vivenciado por amores platónicos e sentimentos algo trôpegos, que digladiam numa intensa batalha, confundindo-se plenamente em si próprios, emitindo sacrifícios ambíguos por algo, necessariamente, inconcebível.

Sonhos são raios de Sol que surgem, débeis, propagando-se nos meus silêncios e aquecendo-os, no seu sopro de existência que é, por vezes, insignificante e outras, inevitável. Gasto a vida nos sonhos, como se a realidade fosse demasiado cruel para acreditar na sua índole espiritual. Intensifico desejos e imagino o indiscernível numa constante ignorância inequívoca, manifestada num suspiro de aceitação abnegada, como se um símbolo algo obscuro, pudesse ficar eternamente gravado a fogo no meu espírito, tornando-se real, inesquecível... interminável!

Sonhar é um deslumbramento dos sentidos, despertos pelo prazer de se confundirem na sua ideologia semelhante e da qual advém uma necessidade de manifestação de toda energia neles contida, como um desejo inquieto de entorpecer dúvidas que nem é possível definir e, aceitar a sua essência na busca da perfeição, para que esta se reflicta intensamente no espaço translúcido que nos separa irremediavelmente. E, por fim, é sentir um ligeiro torpor que me incita a observar as águas tumultuosas do meu pensamento e imergir nelas, permitindo que o tempo se esvazie para que não mais me envolva esta imensa vontade de chorar....